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sexta-feira, 10 de junho de 2011

Um pouco da história de Pirapora

História

Seu nome tem origem indígena, os índios Cariris, que habitou as margens do Rio São Francisco onde fica a cidade, e significa "Salto do Peixe". Isso se deve ao fato de, no período da piracema, período de reprodução dos peixes, eles saltarem para vencer as corredeiras do rio à procura de locais calmos para a desova.
O município teve, há algumas décadas, uma importante função como centro econômico e entroncamento de transporte intermodal da região norte e noroeste do estado. Com a perda do seu antigo aeroporto e de suas linhas aéreas regulares, da estação ferroviária e do trem diário para a capital do estado e da navegação pelo Rio São Francisco, com barcos para Juazeiro , no estado da Bahia e Petrolina, em Pernanbuco, perdeu a maior parte dessa função, atualmente preenchida, principalmente, pela cidade de Montes Claros.
Incoerentemente com o processo desse declínio, houve um super crescimento industrial do município, com suas indústrias exportando para países em quase todos os continentes, atualmente. Seus principais produtos são: ligas de alumínio, ligas de ferro, tecidos e uvas. A pesca e o turismo também fazem parte da economia local. Pirapora é o segundo maior pólo de industrialização do Norte de Minas Gerais, sendo classificada, portanto, como uma cidade de porte médio em relação a sua estrutura e funcionabilidade dentro de sua microrregião, isto é, sua capacidade de produção e prestação de serviços.
O município está posicionado na interseção das coordenadas: latitude 17°21’55” ao sul da linha do Equador, e longitude 44°56’59” a oeste do Meridiano de “Greenwich”, inserido na microrregião Norte do Estado de Minas Gerais, na margem direita da zona do Alto Médio São Francisco, ocupando uma área territorial de 581 km² e se destacando como pólo microrregional.
Pirapora encontra-se inserida na área de jurisdição da ADENE - extinta SUDENE e tem como entidade de representação político-administrativa regional a AMMESF - Associação dos Municípios do Médio São Francisco. A microrregião de Pirapora é constituída por nove cidades: Buritizeiro, Várzea da Palma, Ibiaí, Jequitaí, São Romão, Lassance, Riachinho, Santa Fé de Minas e Lagoa dos Patos, tem sob sua área de influência, aproximadamente 23.113 km² e uma população superior a 150.000 habitantes. O município tem uma economia sólida que o diferencia de outras cidades vizinhas, como pólo industrial, prestador de serviços e gerador emprego e renda. Situada a 370 km ao norte de Belo Horizonte, Pirapora marca o ponto inicial da navegação no rio São Francisco. Segundo maior centro industrial da região mineira do Vale do São Francisco. Cidade de praia fluvial e cachoeiras, atrai turistas de Montes Claros (170 km) Brasília (520 km) e Belo Horizonte. Tem um carnaval animado em fevereiro e outro carnaval temporão igualmente movimentado. Sua praia apresenta águas cristalinas de junho a outubro. Possui porto fluvial e agora volta a possuir o Vapor para passeios e viagens turísticas. Sua população é de pouco mais de 52 mil habitantes. Possui comércio movimentado, 05 agências bancárias. A indústria têxtil e metalurgia são as principais empregadoras de mão-de-obra fabril. Pirapora aguarda a sua visita!

Formação administrativa

O Distrito de Pirapora foi criado em 1847, no Município de Várzea da Palma, e seis anos depois, em 1853, foi anexado ao Município de Curvelo; passou, em 1783, a integrar o Município de Jequitaí e voltou a pertencer a Curvelo em 1875. Em 1884 foi novamente anexado a Jequitaí. Em decorrência da Lei provincial n.° 44, perdeu a condição de distrito, reconquistando-a em 1891, pela Lei estadual n.° 2, de 14 de setembro, que criou novamente o distrito com o nome de São Gonçalo das Tabocas e sede na povoação de Pirapora. Em 30 de agosto de 1911, foi criado o Município pela Lei estadual n.° 556, e quatro anos depois, em 18 de setembro de 1915 (Lei n.° 663), a sede municipal ganhou foros de cidade. Segundo a divisão administrativa vigente, o município é constituído de dois distritos: Pirapora e Buritizeiro. Até 1936 Pirapora foi termo da Comarca de Curvelo. A comarca de Pirapora foi criada pelo Decreto n.° 545, de 19 de março de 1936. De acordo com a divisão judiciária vigente, estão a ela subordinados os termos de Jequitaí, Lassance e Várzea da Palma. Clima tropical predominante.

Hino

Compositor: Cabo Telegrafista Edson de Oliveira (Militar da Marinha)
Contemplando a formosa princesa E cantando com todo fervor Os seus vultos e suas riquezas Sua vida de paz e amor Acompanha de perto o progresso Integrando o seu lar social Pirapora florida e bela A crescer de modo industrial O seu céu tem mais estrelas Sua vida mais amor Pirapora Deus Abençoou...
Margem do Rio São Francisco Sexagenária princesa Quem visita nossa Pirapora Se encanta com sua beleza Hoje canto feliz este nome Porque sei não existir igual, Pirapora, cidade mineira, Cantemos de pé os seus anais O seu céu tem mais estrelas Sua vida mais amor Pirapora Deus abençoou.. Salmeron e Rodrigo Soeiros Bandeirantes que chegaram aqui Muitas lutas que foram travadas Com a tribo dos índios cariris Transformaram os índios guerreiros Numa tribo de grande valor Na façanha foram pioneiros Agraciados pelo bravo destemor O seu céu tem mais estrelas Sua vida mais amor Pirapora Deus abençoou...
O passado não foge à época Dos Salmeron e Soeiros Encontram lugar na história Deste povo ribeirinho e hospitaleiro A trilhar o caminho do sucesso Evoluindo o seu nível cultural Conquistando a supremacia Completando o cenário nacional

Navegaçao

Depois da montagem do depósito da empresa Cedro e Cachoeira, os diretores da instituição conseguiram incluir o distrito de São Gonçalo das Tabocas no roteiro da navegação. Os primeiros vapores a tracar no porto local foram o Saldanha Marinho e o Mata Machado.

Vapor Benjamim Guimarães

Construído em 1913, nos EUA, pela empresa James Rees & Com., o Vapor Benjamim Guimarães navegou no rio Mississipi e, posteriormente, em rios da Bacia Amazônica. Na segunda metade da década de 20, a firma Júlio Guimarães adquiriu a embarcação e a montou no porto de Pirapora, recebendo o nome de" Benjamim Guimarães", uma homenagem ao patriarca da família proprietária da firma. A partir de então o vapor passou a realizar contínuas viagens ao longo do Rio São Francisco, e em alguns dos seus afluentes.
Ao contrário das demais embarcações da época, as viagens eram programadas de modo a permitir que o mesmo atendesse as mais variadas necessidades, indo e vindo de vários portos intermediários antes do seu regresso ao porto de origem. O Benjamim Guimarães era mais utilizado no transporte de cargas do que de passageiros. Relatos dos antigos usuários da embarcação contam que em uma dessas viagens coincidiu com as andanças de cangaceiro "Lampião" por pequenos povoados situados às margens do rio, atacando fazendas na região de Juazeiro/BA. Ao tomar conhecimento do grande volume de carga transportada pelo Benjamim Guimarães, "Lampião" e seu bando planejaram atacá-lo. Ciente do perigo que corria e se valendo do fato do rio ser largo naquele trecho, a tripulação do Benjamim imprimiu velocidade máxima à embarcação, dirigindo-se à outra margem, livrando-se assim dos tiros em sua direção.
Na década de 40, o vapor tornou-se propriedade da empresa Navegação e Comércio do São Francisco, do empresário Quintino Vargas que, em 1942, foi incorporada à CIVIP - Cia. Indústria e Viação de Pirapora. Em 1955, tendo ocorrido a encampação, pela União, de todas as empresas de navegação, o Vapor Benjamim Guimarães é transferido, juntamente com outras 31 embarcações, para o CVSF - Serviço de Navegação do Vale do São Francisco e, posteriormente, para a FRANAVE - Companhia de Navegação do São Francisco. Por várias décadas, o Benjamim Guimarães foi utilizado no transporte de cargas e passageiros no trecho Pirapora - Juazeiro, no Norte da Bahia, chegando a navegar com centenas de tripulantes à bordo que se dividiam em 1a , 2a e 3a classes, além de ter transportado - durante a Segunda Grande Guerra Mundial - tropas do Exército Brasileiro que se dirigiam para o litoral de Pernambuco e do Rio Grande do Norte para o patrulhamento da costa, de onde embarcariam para a Itália, na Força Expedicionária Brasileira.
No início dos anos 80, com a decadência da navegação no São Francisco, o vapor passou a ser utilizado em passeios turísticos e as viagens tornaram-se cada vez menos freqüentes. Em 1o de agosto de 1985, dado seu valor histórico-cultural, o Benjamim é tombado pelo IEPHA - Instituto Estadual do Patrimônio Histórico. No mesmo ano, já bastante deteriorado pela ação do tempo, recebe sua primeira reforma. Após concluída a restauração, o vapor volta a navegar oficialmente em 24 de outubro de 1986, data marcada por uma cerimônia com a presença do então Ministro dos Transportes José Reinaldo Tavares. Em julho de 1987 a Empresa UNITOUR fica responsável pelo agenciamento de viagens turísticas no trecho Pirapora-São Francisco-Pirapora, totalizando 460 km, atraindo turistas de todo o Brasil. Foram reiniciados também os passeios aos sábados, com duração de três horas, promovidos pelos principais hotéis da cidade.
Em 1995, o Vapor apresenta falhas na caldeira e no casco e, por motivo de segurança, é interditado pela Capitania dos Portos de Minas Gerais. Em 29 de janeiro de 1997, o Benjamim é incorporado ao Patrimônio Histórico do Município de Pirapora, através de Termo de Transferência firmado entre a Franave e a Prefeitura. Atracado no porto da Franave por quase 10 anos, o Vapor Benjamim Guimarães voltou a navegar nas águas do "Velho Chico" na manhã do dia 11 de agosto de 2004, após passar por uma segunda recuperação - reforma e restauração, realizada pela Franave/Ministério dos Transportes, com supervisão do IEPHA - Instituto Estadual de Patrimônio Histórico e vistoria técnica da CFSF - Capitania Fluvial do São Francisco. O Engenheiro Naval Odair Sanguino, do Rio de Janeiro, foi o responsável pela coordenação dos trabalhos de recuperação, recebendo o auxílio do restaurador Aílton Batista da Silva e do arquiteto Joacir Silva Concelos, profissionais lotados no IEPHA.
O Benjamim Guimarães possui três pisos: no primeiro, encontra-se a casa de máquinas, caldeira, banheiros e uma área para abrigar passageiros. No segundo, estão instalados 14 camarotes e no terceiro, um bar e área coberta. O Benjamim Guimarães é o último exemplar movido a lenha existente no mundo. Tem capacidade para 140 pessoas, entre tripulantes e passageiros e consome 01 m³ de lenha por hora. De acordo com as normas de segurança da Marinha, nas atuais condições em que se encontra, o Vapor está autorizado a navegar na chamada área 01: rio, lago e correnteza que não tenham ondas ou ventos fortes.
Hoje, o Benjamim Guimarães faz rotineiramente passeios públicos aos domingos, a partir das 9 horas, sempre lotado de turistas, principalmente. Passeios esporádicos são feitos também aos sábados e durante os dias da semana, conforme contratos de aluguel que são feitos com empresas e agências de viagens, tornando-se um dos principais atrativos turísticos de toda a região do Norte de Minas.

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